SER E PARECER SER — A ARTE DE SER AUTÊNTICO NUM MUNDO DE PERFORMANCE
- Dr. Marco Antonio Lampoglia, MSc
- 8 de out.
- 2 min de leitura
Aristóteles dizia que a virtude está no meio-termo — entre o excesso e a falta. No mundo corporativo, esse equilíbrio parece cada vez mais raro.Vivemos em uma era em que “parecer ser” pesa mais do que “ser de fato”. Executivos são treinados para falar bem, vestir-se bem, apresentar bem — mas, às vezes, esquecem de viver bem o que defendem.
O Teatro Corporativo
Nas empresas, muitos profissionais atuam em um palco invisível.Aprendem o discurso da cultura organizacional, decoram valores e slogans, mas se desconectam da prática real.Querem parecer éticos, colaborativos, estratégicos — mas nem sempre são.O problema é que o “parecer” tem prazo curto.Mais cedo ou mais tarde, a coerência (ou a falta dela) se revela nos pequenos gestos: no feedback que humilha, na reunião que manipula, na decisão que privilegia.
O “parecer” é aparência; o “ser” é essência.E é a essência que sustenta a confiança — base invisível de toda liderança.
O Quadro Aristotélico da Consciência
Podemos entender esse dilema com uma lente aristotélica moderna:
O Ser consciente — age de acordo com princípios e valores, mesmo quando ninguém observa.
O Parecer ser — molda-se conforme o público e o retorno que espera.
O Não Ser — perde a integridade e vive na conveniência.
Executivos maduros sabem que carreira e caráter não se separam.O resultado é apenas uma consequência da coerência entre o que se diz e o que se faz
O Que RHs e Líderes Precisam Entender
O RH moderno precisa olhar além das competências técnicas.A pergunta que diferencia um talento de um risco não é “o que ele sabe fazer?”, mas “quem ele é quando ninguém está olhando?”
Promover o “parecer” — com campanhas, slogans e indicadores — é fácil.Fomentar o “ser” — com cultura, exemplo e coerência — é difícil.Mas só o segundo constrói organizações verdadeiramente éticas e sustentáveis.
A liderança não é o papel que se interpreta, é a vida que se vive.Quando o líder é, e não apenas parece, o time confia.E quando há confiança, a execução flui, os conflitos se resolvem e o propósito se torna real.
O “parecer” impressiona, mas o “ser” transforma.Empresas que incentivam a autenticidade — em vez da performance estética — colhem ambientes mais saudáveis e resultados mais duradouros.
Ser verdadeiro ainda é o ato mais revolucionário dentro de uma organização.E, como dizia Aristóteles, “somos o que fazemos repetidamente; a excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito”.
No seu ambiente de trabalho, você percebe o está sendo o que é — ou apenas parecendo ser? Vamos aprofundar sobre isso ?





Comentários