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Quando a Obsessão por Métricas Cega a Liderança

Você só gerencia o que mede?

Então talvez você esteja gerenciando menos do que imagina.

No mundo corporativo, somos ensinados a confiar nos números. KPIs, dashboards, BI, scorecards… tudo isso vende a promessa de controle.

E é sedutor. Afinal, o que pode ser medido parece estar sob domínio.

Mas a verdade é que a realidade organizacional não cabe numa planilha. Ela é feita de pessoas, emoções, crenças e contradições. É ambígua, fluida, viva.

Métricas capturam. Mas também amputam.

Tente medir:

  • A confiança entre pares.

  • O senso de pertencimento de uma equipe.

  • A potência criativa de um grupo em ebulição.

Você pode até tentar. Mas vai capturar fragmentos, não a essência. E aí está o perigo: tomar decisões com base em fragmentos, achando que tem o todo.

A armadilha da objetividade

A gestão por métricas promete previsibilidade. Mas muitas vezes entrega cegueira estratégica.

Enquanto você celebra um dashboard verde, pode estar perdendo:

  • Um talento silenciosamente desmotivado.

  • Um clima de medo que paralisa decisões.

  • Uma liderança tóxica que corrói a cultura.

Como dizia Karl Weick: “Sentido não é dado, é construído.” e Mintzberg completa: “Gerenciar é lidar com ambiguidade.”

Métricas são úteis — mas jamais suficientes.

👁 O que os números não veem, mas move tudo

Confiança, por exemplo, é o ativo invisível mais valioso de uma equipe. Ela acelera decisões, elimina microgestão e sustenta autonomia. Mas você nunca verá um gráfico que mostre confiança com precisão.

Pertencimento é outro exemplo. Algumas pessoas estão fisicamente presentes, mas emocionalmente desligadas — ficaram porque precisam, não porque acreditam. Nenhuma taxa de turnover capta isso.

A criatividade, então, é quase impossível de mensurar em profundidade. Você pode contar quantas ideias foram geradas num brainstorming. Mas como medir a ousadia das ideias? A coragem de propor algo contra a maré? A abertura para errar e tentar de novo?

Cultura organizacional também costuma ser mal interpretada. Questionários de clima até arranham a superfície, mas não revelam a incoerência entre discurso e prática, o medo disfarçado de alinhamento, a cultura da obediência silenciosa.

E o engajamento? Muitos ainda confundem com produtividade ou presença. Mas engajamento real é emocional, voluntário, conectado a propósito. É algo que pulsa — ou não.

Todos esses fenômenos afetam diretamente os resultados. Mas raramente são vistos nos relatórios.

Gestão não é engenharia. É relação.

Tratar a empresa como um sistema técnico é um erro clássico.

Gestão não é operar máquinas. É ativar pessoas. É provocar movimento, despertar sentido, cuidar da cultura.

“As métricas são faróis. Mas são as histórias humanas que dizem para onde remar.”

O ser humano no centro: não é discurso. É estratégia.

Empresas que colocam o humano no centro não são boazinhas — são inteligentes. Elas inovam mais, retêm melhor e criam vínculos de longo prazo.

Porque sabem que:

  • Engajamento não se impõe, se inspira.

  • Confiança não se exige, se cultiva.

  • Alinhamento não se mede, se constrói no diálogo.

A gestão real acontece nas conversas difíceis, nos feedbacks sinceros, nas conexões humanas — onde o Excel não entra.

Sincerão final:

Se você acredita que tudo pode (e deve) ser medido, talvez esteja deixando escapar o que realmente transforma uma organização.

Você pode medir tudo. Mas só vai liderar de verdade quando aprender a observar o invisível.

E esse invisível tem nome: gente.

  • Gente que sonha.

  • Que sente medo.

  • Que precisa ser ouvida.

  • Que, quando se engaja de verdade, faz o impossível acontecer.

Reflexão para líderes e gestores:

O que você ainda não consegue medir, mas sabe que muda tudo no seu time?

Vamos conversar nos comentários. Se esse artigo te provocou, curta, compartilhe, ou envie para alguém que precise repensar o excesso de objetividade na gestão.

 

 
 
 

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