A competência de liderança que vem merecendo destaque em algumas organizações é a do líder treinador e transformador. Ser um líder treinador e formador de times é muito mais do que orientar tecnicamente. Eu citei acima, se o leitor reparou, “algumas organizações”.
Ainda temos muitas e muitas organizações tradicionais, nas quais o gerente é condicionado a adotar uma mentalidade de comando e controle hierárquico. Mudar a cultura e filosofia de gestão de uma empresa tradicional para a cultura de liderança de transformação exige uma necessidade que imponha mudanças nos papéis e fortemente nos resultados. É mudar tanto as idéias e principalmente o comportamento.
Por que organizações inteligentes mudam tão profundamente? Por que não basta simplesmente aprender novos métodos e técnicas para mudar a cultura de gestão. Nos treinamentos que ministramos, as empresas inscrevem profissionais com o objetivo de aprender e utilizar as ferramentas científicas que pesquisamos e implantamos, porém muitos percebem que só com as ferramentas, por mais que sejam excelentes, é muito difícil mudar a cultura dos considerados chefes.
O que impede a mudança, segundo a maioria dos participantes:
A autoridade de chefes é envolvente, seduz. Adoram o poder e se sentem fortes, importantes;
Os egos ficam presos aos papéis que desempenham e os chefes têm receio de mudar e de abrir mão do poder e do controle;
A cultura da empresa estimula o comportamento e hábitos de chefia e a mudança teria que ser de cima para baixo, através de exemplos positivos;
E como romper com esse Ciclo de Poder, perguntam os participantes. Eis uma referência:
Utilizar métodos científicos para o líder treinar, desenvolver, enaltecer e apoiar as pessoas rumo ao crescimento com resultados;
Os chefes querem dar ordens, determinações; os líderes se comportam com as pessoas pedindo, solicitando e escutando muito;
Os líderes que transformam facilitam as decisões e confere poder de implementação; os chefes controlam os outros através das decisões que tomam;
Os chefes têm resposta para tudo; os líderes crêem que devem buscar as respostas inteligentemente;
Os chefes estimulam insegurança através de doses homeopáticas de temor, os líderes excelentes inspiram comprometimento e a criatividade;
Os chefes apontam erros; o líder treinador celebra o aprendizado;
O líder acredita na delegação como forma de crescimento da maturidade; o chefe modela, atribui tarefas e quer prestação de contas e isso ele chama de delegação;
O chefe acredita em focar o resultado final; o líder tem como foco o processo que gera o resultado final.
Permanecer chefe tem suas vantagens
Acreditar que tem o controle, tomar decisões em curto prazo, conservar os velhos hábitos e se manter no cargo a todo custo e se proteger com alguém acima que o estimula a continuar, isso é vantajoso. A equipe fica dependente e isso é também vantajoso, tanto para o chefe e chamados subordinados. Eles não precisam assumir responsabilidades e se livram dos “pepinos”. Isso gera conforto e aparente estabilidade.
Que bela vantagem em ser chefe, você não acha caro leitor?
A difícil missão de ser um líder transformador!
O preço dessa missão é alto e as vantagens são expressivas. Por exemplo, o líder aprende mais sobre o outro e sobre si mesmo, testemunha o desenvolvimento das competências dos outros e forma os melhores times de trabalho. Também se beneficia da melhoria dos relacionamentos interpessoais e funcionais. Porém, os riscos são maiores. Tem que aprender a confiar mais nas pessoas, devem compartilhar o poder, as decisões e a prestação de contas. O controle é de todos e todos se tornam especialistas em análise e solução de problemas. O gerenciamento por metas e do desempenho eficiente é sua ferramenta poderosa que demanda tempo e concentração em pessoas e processos.
Valores fundamentais que inspiram a mudança do ser chefe para ser um líder transformador:
As pessoas querem contribuir e são boas;
As pessoas querem fazer o melhor de acordo com o conhecimento e habilidade que possuem;
As pessoas erram, mas não propositadamente;
A transformação da eficiência de cada um do time irá transformar o desempenho do time;
As pessoas apóiam as mudanças quando não são impostas;
Sendo honesto, aberto e leal eu construo relacionamentos de confiança sólidos e saudáveis;
Os sentimentos de ninguém devem ser ignorados e assim vejo a pessoa na sua totalidade;
As pessoas querem e dão valor ao feedback claro e honesto e transmitido de forma direta;
Todas as pessoas realmente querem melhorar.
O desafio é bloquear as crenças negativas e alimentar continuamente as crenças positivas. Quando investimos continuamente na transformação dos chefes em líderes, e isso é plenamente possível, exploramos e substituímos as crenças que bloqueiam a transformação.
Será que essa jornada vale à pena?
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